Deus nos dá presentes todos os dias. O que fazemos com ele? Nesta peça teatral, baseada na parábola do filho pródigo, aprenderemos a dar o valor aos verdadeiros presentes que recebemos.

caixas de presente

OS PRESENTES DO FILHO PRODIGO – Autor: Bernadete F. Leal

Baseado na Parábola do Filho Pródigo



PERSONAGENS


  • VOZ (DEUS)
  • RICARDO
  • ENTREGADOR
  • MÃE DE RICARDO
  • PAI DE RICARDO
  • ANTONIO – IRMÃO DE RICARDO
  • NARRADOR
  • PESSOA 1
  • PESSOA 2
  • PESSOA 3
  • CRIANÇA (S) – TRAZENDO OS PRESENTES NO FINAL DA PEÇA

 

CENA 1

 

Um rapaz jovem está sentado na sala lendo um livro quando ouve uma voz.

 

VOZ:  Ricardo!!!

 

RICARDO: Quem está aí? 

 

VOZ: Ricardo, sou Deus, seu Pai, o Criador. Tenho muitos nomes.

 

RICARDO: Não te vejo! Onde você está?

 

VOZ: Não tenho um corpo como o seu, mas existo.  Estou em você, no seu coração e, principalmente, na sua consciência.  Sempre falando com você e te inspirando. Você nunca está sozinho!

 

RICARDO: … então você me conhece?

 

VOZ: Te conheço muito antes de você nascer.

 

RICARDO: Por que está falando comigo?

 

VOZ: Para te lembrar dos presentes que te dei?

 

RICARDO: Presentes? Que presentes? Não recebi nenhum presente!!!

 

VOZ: Recebeu, sim, mas, talvez, tenha esquecido. Não se preocupe, mandarei te entregar novamente.

 

RICARDO: Eu adoro presentes! Quando vai chegar?

 

VOZ: Logo. Até mais, Ricardo. 

 

A campainha toca. Ricardo levanta e abre a porta. Uma pessoa da UPS, FEDEX ou outra empresa conhecida de entrega está na porta com uma caixa.

 

ENTREGADOR: Eu tenho uma encomenda de entrega para Ricardo Monteiro da Silva. 

 

RICARDO: Sou eu. 

 

ENTREGADOR: Favor assine aqui.

 

Ricardo assina o papel e pega o pacote com um cartão bem grande em cima. 

O entregador vai embora. Ricardo senta no sofá, abre o cartão e lê.

 

RICARDO: “Ricardo, aqui estão meus presentes para você. Assinado, Deus, o Criador.”  Nossa, o presente chegou tão rápido! O que será?

 

Ricardo abre a caixa. Dentro da grande caixa tem 4 presentes embrulhados em caixas separadas. Ele olha dentro da grande caixa, mas não tira nenhum dos presentes de dentro. Ele começa a contar os presentes apontando-os com os dedos.

 

RICARDO:  1,2,3,4. Deus me mandou mais que um presente! Que legal!

 

ANTONIO: (Chega na sala) Oi irmão! Ouvi a companhia. Quem era?

 

RICARDO: Antônio, você não vai acreditar! Era um entregador com presentes de Deus para mim. Quer ver?

 

Ricardo mostra a caixa grande aberta para o irmão. O irmão olha dentro da caixa e fica surpreso!

 

ANTONIO:  Você recebeu 4 presentes!O que vai fazer com eles? Vai compartilhar?

 

RICARDO: Não, eles são todos meus. Vou pegar todos estes presentes e viajar, conhecer pessoas novas. Sempre quis fazer isto. Quero novas experiências!

 

ANTONIO: Mas, vamos ficar tristes com sua partida. Você poderia ficar aqui e  compartilhar estes presentes.

 

RICARDO: Eu não! Acho que você está com inveja dos meus presentes! 

Quem sabe Deus, também, te deu alguns e você ainda não os achou!

 

CENA 2

 

Ricardo  está em um lado do palco segurando a caixa grande de presente que lhe foi entregue. O pai e a mãe de Ricardo estão do outro lado do palco, abraçados e tristes. A mãe tem um lenço nas mãos enxugando lágrimas. Eles dão adeus para Ricardo com as mãos e Ricardo dá adeus de longe. Ricardo e seus pais saem de cena.  

 

CENA 3

 

Ricardo está sentado no chão com a caixa de presente no colo. Ele abre e fica olhando para dentro.

 

Um grupo de 3 pessoas entra em cena. Elas estão falando alto, cantando, empurrando o outro brincando. Após alguns segundos, eles percebem Ricardo sentado. Eles apontam para Ricardo, ainda meio a distância, e se aproximam dele.

 

PESSOA 1: Olá! O que está fazendo aí sozinho? 

 

RICARDO: Tô pensando na vida!

 

PESSOA 1: A vida não é pra ser pensada, amigo. Ela é para ser aproveitada!

 

PESSOA 2: Isto mesmo. Olha só como somos felizes!

 

RICARDO: (olhando para eles) Sim, vocês parecem bem alegres. 

 

PESSOA 2: Então, venha ser feliz com a gente e se divertir.

 

RICARDO: Na minha casa não me divertia muito. Acho que é por isso que fui embora.

 

PESSOA 3: Embora? Você saiu de casa?

 

RICARDO: Sim. Tenho vontade de conhecer o mundo e ter outras experiências.

 

PESSOA 1: E deixou tudo o que você tinha?

 

RICARDO: Bem, deixei minha família, minha casa, mas trouxe meus presentes.

 

PESSOA 2: Presentes? Que presentes?(Curioso)

 

RICARDO: Os presentes que Deus me deu. Estão aqui nesta caixa.

 

PESSOA 2: Nossa! Você recebeu presente de Deus! O todo poderoso? (sarcasmo)

 

PESSOA 1: Mostra aí os seus presentes.

 

Ricardo abre a caixa e as 3 PESSOAS olham dentro dela. 

 

PESSOA 3: O que? Você ainda não abriu seus presentes. Eu te ajudo!

 

A PESSOA 3 põe a mão na caixa grande bem rápido sem pedir permissão e tira uma caixa. Ela rasga o papel de presente abrindo sem cuidados o presente. Ela tira um  papel dentro da caixa escrito com letras grandes : PROSPERIDADE/DINHEIRO

 

PESSOA 3: Eu gostei deste aqui. Este presente é de prosperidade e dinheiro.

 

RICARDO: Me dá meu presente! 

(Não gostando e tentando pegar o papel de volta, mas não consegue)

 

PESSOA 3: Relaxa, amigo. Não vamos roubar seu presente!!!

 Mas, este presente aqui é muito bom.  Deus te deu um presente como este para você se divertir, aproveitar a vida, esbanjar….Ser feliz, não é mesmo? 

(Olhando para os amigos cutucando e piscando) 

 

A PESSOA 2 põe a mão na caixa bem rápido sem pedir permissão e tira uma outra caixa. Ela rasga o papel de presente abrindo sem cuidados o presente. Ela tira um  papel dentro da caixa escrito com letras grandes : AMIGOS.

 

PESSOA 2: Nossa, esse presente aqui você nem precisa (lendo) “AMIGOS”. 

Nós somos seus verdadeiros amigos. Você não vai precisar de outros amigos. 

( Pessoa 2 põe o papel de volta na caixa e a joga no chão)

 

RICARDO: Não! Não jogue este presente fora! Ele veio de Deus!

 

PESSOA 2: Não seja bobo. Já disse que NÓS somos seus verdadeiros amigos!

 

PESSOA 1: (Olhando dentro da caixa) Olha tem mais outro presente aqui.

 

A PESSOA 1 põe a mão na caixa bem rápido sem pedir permissão e tira uma outra caixa. Ela rasga o papel de presente abrindo sem cuidados o presente. Ela tira um  papel dentro da caixa escrito com letras grandes : FAMÍLIA.

 

PESSOA 1: O quê? Deus te deu Família como presente??? 

Ah, aqui está outra coisa que você não precisa. 

( Pessoa 1 põe o papel de volta na caixa e a  joga no chão)

 

PESSOA 3: Verdade. Nós somos sua verdadeira família agora! (Abraçando RIcardo)

 

PESSOA 2: Tem outro presente? (Olhando dentro da caixa).

 

RICARDO: (fechando a caixa bem rápido) Sim! Mas este aqui, vou guardar.

 

PESSOA 1: (rindo) Tá bom! Nós não queremos este último presente mesmo!

 Este, aqui, é tudo o que você precisa para ser feliz 

(pegando o papel que diz PROSPERIDADE e DINHEIRO e chacoalhando)

 

Todos saem de Cena

 

CENA 4

 

NARRADOR: Ricardo e seu novos amigos se divertem. Eles passeiam esbanjando e gastando o presente que Ricardo recebeu.

 

Cena de Ricardo com as pessoas 1,2,3 se divertindo e rindo, comendo, dançando, bebendo. Em cada atividade que eles fazem, mostrar um deles rasgando uma parte do papel que diz PROSPERIDADE E DINHEIRO. Eles vão cortando e jogando no chão os pedacinhos até que cortam todo o papel.

 

RICARDO: Nossa! Como estou me divertindo. Vocês são muitos bons amigos, mesmo! 

Minha nova família, com certeza. E agora, o que vamos fazer?

 Vamos viajar, comer, passear? O que tem em mente?



PESSOA 3: Para fazer tudo isto precisamos de mais dinheiro e ele acabou. 

 

PESSOA 2: Você precisa arrumar mais dinheiro. Dá uma olhada na sua caixinha de Deus! (rindo!)  Mais algum dinheirinho?

 

RICARDO: Ele abre a caixa de presente e olha. Não, nós gastamos tudo?

 

PESSOA 1: Sim, tudo.  Então não tem mais graça ficar com você?

 

RICARDO: Como assim?

 

PESSOA 2: Simples: Sem dinheiro, sem diversão!

 

PESSOA 1: E sem amigos!

 

RICARDO: Mas, vocês falaram que eram meus amigos, minha nova família!

 

PESSOA 3: Você é um otário mesmo! Fácil de enganar! 

 

PESSOA 1: Vamos embora e vê se a gente encontra outro “amigo” (rindo) por ai.

 

As 3 pessoas saem de cena. Ricardo cai no chão e senta chorando segurando a caixa.

 

RICARDO: Não acredito! Pensei que eram amigos sinceros, mas, só estavam comigo por causa do meu presente. E agora, o que vou fazer? Estou sozinho, sem dinheiro e com muita, muita fome… 

 

Ricardo anda no palco de um lado para o outro com a mão na barriga e segurando a caixa grande. 

 

RICARDO: Ai que fome! (Ele se senta no chão e vê uns porcos comendo).

 

RICARDO: (Olha os porcos) Nossa, eles têm muita sorte. Pelo menos eles têm comida. 

 

Ricardo fica em silêncio, olhando fixamente para os porcos.  De repente, corre em direção a eles comendo a comida deles. Depois de saciado, cansado, cai no chão sujo, se olhando e começa a chorar…

 

RICARDO: Deus me deu presentes maravilhosos e eu não soube guardá-los e usá-los bem. Olha  o meu estado? Na minha casa, sempre tive comida, um teto para morar, roupas boas e sempre fui tratado bem. O que vou fazer? Como me arrependo?

 

(Ricardo fica em silêncio  pensando) 

Vou voltar para casa, mas não sei se minha família me receberá depois de tudo o que eu fiz. 

 

Ricardo levanta e começa a caminhar lentamente a caminho da sua casa segurando a caixa. No caminho ele vê a caixa de presente que tinha o papel escrito AMIGOS jogado no chão.

 

RICARDO: Ah, eu tinha verdadeiros amigos e nem sabia. (Pega e abraça a caixa colocando dentro da caixa grande. Ele continua caminhando e vê a caixa de presente que tinha o papel escrito FAMÍLIA  jogado no chão).

 

RICARDO: Deus me deu de presente uma família maravilhosa, um pai, uma mãe, e um irmão.  Eu não dei nenhum valor. (Pega e abraça a caixa colocando dentro da caixa grande)

 

Ricardo caminha cada vez mais cansado e começa a avistar sua casa.

 

RICARDO: Estou quase lá.

 

PAI:(Está na porta de casa e vê de longe o filho) Quem está vindo lá longe? Meu Deus, Ricardo! Meu filho amado!

 

O Pai corre e o abraça Ricardo que cai de joelhos e começa a chorar.

 

RICARDO: Pai, não sou digno que me abraças. Eu te abandonei, deixei vocês. 

Levei todos os presentes que Deus me deu, fui egoísta. Me perdoa!

 

PAI: Filho querido. Que bom que retornastes. Todos os dias ficava na porta esperando seu retorno. Tinha sempre fé de que Deus um dia o traria de volta para nós.

Vou fazer uma festa para celebrar seu retorno. Vamos, levante-se, venha se banhar e comer. Temos muito o que festejar, pois meu filho estava morto e agora está vivo!

 

Venha, vou avisar sua mãe e irmão que retornastes. (O pai sai).

 

Ricardo fica no meio do palco. Ele vê a caixa grande no chão e a pega segurando com carinho.

 

VOZ: Ricardo, meu filho, como você está?

 

RICARDO: É você, Deus? Não olhe pra mim. Não sou digno do seu olhar.

 

VOZ: Não diga isto, filho querido. Estou sempre olhando para ti!

 

RICARDO: Mas, não sou merecedor!

 

VOZ: Já esquecestes do outro presente que te dei e que não abristes?

 

RICARDO: Minha família, amigos e prosperidade…

 

VOZ: Sim, esquecestes do mais importante de todos, que carregastes contigo o tempo todo.

 

RICARDO: O que é?

 

VOZ: Abra o seu presente (Ele abre e tira o último  papel escrito AMOR.)

 

RICARDO: AMOR! Como eu não percebi antes?

 

VOZ: Sim, Ricardo. Este é o presente mais poderoso que te dou. O amor! O meu amor e o poder que você tem de amar! Eu te amo por toda a eternidade e nunca te abandonarei, 

mesmo nos momentos mais difíceis da sua vida!

 

Os pais de Ricardo entram na cena e o abraça, todos felizes!

 

ÚLTIMA CENA

 

NARRADOR: Todos os dias, Deus nos oferece diversos presentes. 

 

(Uma ou mais crianças entram em cena com caixas grandes de presentes e os colocam na frente do palco.)

 

Hoje, desde que acordastes, Deus te deu muitos presentes.

 

(Outras crianças entram em cena com caixas  grandes de presentes e os colocam na frente do palco ao lado dos outros presentes). E você? Como está manifestando estes presentes de Deus no seu dia a dia?

 

TODOS: Vamos ser gratos pelos presentes de Deus em nossa vida!

 

FIM 

 

 

*Sugestão: Os presentes da última cena podem ter nomes escritos para que a plateia veja – Ex: alegria, esperança, fé, saúde, harmonia, trabalho, etc…

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